Décadas atrás, quando alguém dizia que um microchip implantado no dorso na mão poderia ser utilizado para o pagamento de compras, a reação dos ouvintes normalmente era de descrédito e até deboche, pois tal expectativa era vista apenas como uma teoria conspiratória de viés apocalíptico.
No meio cristão protestante, essa noção futurista se tornou muito popularizada após a divulgação de um documentário que fez muito sucesso em 1998, tendo sido transmitido em várias igrejas do país, chamado “Contagem Regressiva para o Armagedom” (vídeo completo no final), apresentado por Simon Peterson.
Já naquela época, o material inspirado no trabalho escatológico do autor americano Harold Lee Lindsey, falava de uma espécie de sistema de crédito universal, onde para ter acesso a ele, todos os cidadãos deveriam utilizar uma tecnologia que, neste caso, poderia ser um chip implantado sob à pele.
Desde então, diversos estudiosos das profecias bíblicas especulam que, no futuro, o dinheiro tradicionalmente utilizado atualmente, em papel, será gradualmente substituído por meios digitais, a fim de que possa ser mais facilmente controlado o seu uso.
Essa noção tem como base principal de argumentação, uma interpretação feita da passagem de Apocalipse 13: 16-17, onde está escrito:
“Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome.”
Em outras palavras, o que alguns desses teólogos especulam é que, o sistema futurista de pagamento via chip, implantado sob à pele, estaria diretamente associado à “marca da besta”, tendo em vista que ninguém poderia “comprar, nem vender” sem o seu uso, o que implicaria na adequação do cidadão a um sistema político e cultural anticristão.
O microchip é uma realidade
Interpretações escatológicas à parte, o fato é que o uso de um microchip para a realização de compras já é uma realidade no mundo. Segundo uma matéria publicada no dia 11 pela BBC internacional, a empresa Walletmor se tornou a primeira companhia a colocá-los à venda.
“O implante pode ser usado para pagar uma bebida na praia do Rio, um café em Nova York, um corte de cabelo em Paris – ou no supermercado local”, diz o fundador e presidente-executivo Wojtek Paprota. “Ele pode ser usado onde quer que pagamentos sem contato sejam aceitos.”
“O chip de Walletmor, que pesa menos de um grama e é pouco maior que um grão de arroz, é composto por um minúsculo microchip e uma antena envolta em um biopolímero – um material de origem natural, semelhante ao plástico”, diz a BBC.
A tecnologia de implantes de chips no corpo humano, contudo, não é tão recente. Ela existe há muitos anos, por exemplo, para fins de localização geográfica (rastreamento via GPS). A novidade aqui está no seu uso para o pagamento de compras.
Outro uso dado aos chips implantados é o de dados pessoais, como o “passaporte vacinal”. O Gospel Mais noticiou que na Suécia, por exemplo, milhares de pessoas já aderiram ao uso dessa tecnologia para fins de comodidade.