Pastores lembram que o aquecimento global é um sinal para o tempo do fim e não para o “fim do mundo” como muitos sugerem.
A previsão é que um dos próximos 5 anos seja o mais quente desde o início dos registros. “Provavelmente, não será este ano. Talvez seja no próximo ano ou no ano seguinte”, disse o principal autor do relatório, Leon Hermanson, cientista climático do Met Office do Reino Unido.
‘Chance de 98% de quebrar o recorde’
Conforme o relatório, a chance de quebrar o recorde anual de temperatura global de 2016 até 2027 é de 98%.
Aliado a isso, os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 até 2027, se comparados ao período 1991-2020, sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no norte da Europa, no Alasca e no norte da Sibéria. E uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.
No último mês de março, o painel — reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças do clima — afirmou em seu relatório síntese que “ações urgentes contra mudanças climáticas ainda podem garantir um futuro habitável na Terra”.
‘Código vermelho para a humanidade’
De acordo com os especialistas climáticos, em relatório divulgado em 2021, o clima da Terra está ficando tão quente que as temperaturas em cerca de uma década, provavelmente, vão ultrapassar um nível de aquecimento que os líderes mundiais têm procurado prevenir.
Sob o título “Código Vermelho para a Humanidade”, o relatório com mais de 3 mil páginas, de 234 cientistas, já alertava para perigos como “aumento do nível do mar, encolhendo o gelo e agravando extremos, como ondas de calor, secas, inundações e tempestades”.
Disseram também que os ciclones tropicais ficariam mais fortes e úmidos, enquanto o gelo marinho do Ártico diminuiria a cada verão. Ou seja, os relatórios sempre garantem que a situação só vai piorar.
O aquecimento global aponta para o fim dos tempos?
Um texto bíblico muito relacionado ao aquecimento global, como uma profecia para o fim do mundo está em 2 Pedro 3.7: “Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios.”
Muitos utilizam esse texto para afirmar que o planeta terra será destruído por meio do fogo, já que Deus prometeu jamais “ceifar nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio para destruir a terra”, conforme o texto de Gênesis 9.11-13. Como garantia, Deus deixou o arco-íris como sinal da aliança Dele com a humanidade e com a terra.
Mas, para o pastor Antônio Júnior, entrevistado pelo Guiame, o texto de 2 Pedro está muito mais relacionado aos acontecimentos da Grande Tribulação do que com o “fim do mundo”, além disso, ele lembrou que haverá um tempo chamado “milênio” quando todas as coisas serão “restauradas”.
“Se o mundo acabar, como poderemos falar em restauração? Diante disso, não acredito que o aquecimento global nos levará para o fim do planeta terra, e sim para tempos extremamente difíceis”, observou.
‘É o fim dos tempos, não o fim do mundo’
Dentro de um contexto “teológico-ecológico”, o pastor e teólogo Luiz Sayão, que também foi entrevistado pelo Guiame na ocasião, lembrou que Deus criou o ser humano no jardim, em harmonia com toda a criação e toda a natureza.
“E quando o Novo Testamento fala sobre o fim dos tempos, dá realmente uma ideia de cataclismas, não só nos discursos de Jesus, mas também no texto de 2 Pedro, que menciona o contexto de destruição”, disse.
O pastor, porém, esclarece que a ideia não está relacionada ao fim de todas as coisas e sim à renovação da Criação, para que venham os novos céus e nova terra.
“Vale a pena observar esse conceito sobre ‘a terra e tudo o que nela há, será desnudada’ [2 Pedro 3.10]. Isso nos remeterá a um futuro perfil de renovação, após os cataclismas do fim dos tempos”, reforçou.
Conclui-se, portanto, conforme os teólogos, que é mais provável que o aquecimento global seja um sinal para o tempo do fim e não para o “fim do mundo” como muitos sugerem.