Funceb apresenta 69ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia em Vitória da Conquista

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A Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Funceb/SecultBA), apresenta o resultado dos Salões de Artes Visuais da Bahia em Vitória da Conquista, que está em sua 69ª edição. A mostra levará obras artísticas em uma exposição coletiva que terá abertura no dia 03 de dezembro de 2024 (terça-feira), às 19h, no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima – Av. Rosa Cruz, 45 – Candeias, Vitória da Conquista-BA, até 02 de janeiro de 2025 (quinta-feira). A entrada é gratuita.

 

A exposição coletiva reunirá obras premiadas e selecionadas dentre diversas modalidades artísticas como instalação, fotografia, design gráfico (ilustração, humor gráfico e quadrinhos) e escultura. Em Vitória da Conquista, serão expostas obras de artistas da cidade e dos municípios de Jequié, Cândido Sales, Vitória da Conquista e Iguaí. Segue relação de artistas: Alex Oliveira (Jequié); George Neri (Vitória da Conquista); Geraldo Bope (Vitória da Conquista); Jessica Lemos (Cândido Sales); Katarine Maria (Jequié); Micael Aquillah (Vitória da Conquista); Padmateo (Jequié) e Tiago Cerca (Iguaí). Este ano, serão realizadas seis edições nos seis macroterritórios do estado.
Sobre os artistas e suas obras
Alex Oliveira

Natural de Jequié-BA, atua como fotógrafo, artista visual e filmmaker. Desenvolve pesquisas artísticas que buscam relacionar fotografia, performance e intervenção urbana. Em 2024, foi premiado na 13ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, em Belém-PA, com sua série fotográfica intitulada “Mandacaru, Aqui, É Um Bairro”. Em 2022, foi um dos artistas premiados nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Desde 2020, voltou a residir em Jequié, dedicando-se a montagem da CASA 1145 – um ateliê criativo compartilhado e residência artística voltada para processos artísticos, tendo como enfoque a fotografia, performance, artes visuais e audiovisual.

O projeto fotográfico ‘Fotoperformance Popular’ foi realizado entre 2019/2021, entre os estados de Minas Gerais (Belo Horizonte e Uberlândia) e Bahia (Senhor do Bonfim e Jequié). “O trabalho surge do interesse por relacionar fotoperformance e intervenção urbana, investigando o que poderia ser considerado como performance popular, propondo um diálogo direto com a população e buscando expandir o acesso às artes visuais, fotografia e performance. O projeto dialoga com motivações e proposições que se manifestam, muito recorrentemente, na arte contemporânea, uma vez que coloca como disparador do processo criativo a participação, o encontro, a relação e o jogo”, explica o artista.

George Neri

Nascido em Vitória da Conquista-BA, é roteirista, fotógrafo, montador, VJ, diretor de cinema e produtor executivo. Participou de diversas exposições de artes visuais nacionais e internacionais como: MAM – Salvador, premiado pela FUNARTE em 2016, expos na Caixa Cultural Brasília, na França no Cloître des Billettes, menções honrosas pelo Salões de Arte Regionais da Bahia nos anos 2010, 2011 e 2012. Destaca-se os trabalhos: Obranúncio edição 1 e 2 e Videoarte para os livros da escritora transgênero Gisberta Kali. Foi curador da Mostra Glauber Rocha 80 anos, da Semana de Inovação de Ilhéus, do Cineclube J Murilo.

A intenção com a instalação/intervenção ‘O ser Humano adora o instantâneo, mas só existe na duração’ é promover o pensamento do filósofo e urbanista francês Paul Virilio utilizando de forma inventiva a frase ‘o ser humano adora o instantâneo, mas só existe na duração’. “Queremos refletir sobre as tecnologias da comunicação, sobre o instante contemporâneo tanto em forma como em conteúdo. Por ser uma obra que utiliza a luz do sol para ser executada, ela tem o caráter do instante, contudo, dura também, porque reverbera em sentido a sua interpretação”, declara o artista.

Geraldo Bope

Artista Visual graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 1993, reside em Vitória da Conquista-BA, onde mantém atelier. Premiado na XXVI Feira de Artes da EBA-UFBA, em 1990, participou com esculturas em interação com a peça “Morte e Vida Severina” em homenagem aos 40 anos da apresentação no teatro TUCA, São Paulo-SP, em 2005. Já realizou exposições em Macaúbas, Vitória da Conquista, Porto Seguro, Salvador, Aracaju-SE, São Paulo-SP e Estoril, em Portugal.

Desenvolvendo pinturas, esculturas e instalações desde 1977, com um olhar sobre a vida e a natureza, onde a partir do regional constrói obras com características universais, a escultura ‘Natureza Seca’ provoca a reflexão que “sem a simbiose do homem com os animais e os vegetais e sem a proteção do meio ambiente todos perecemos. A proteção da natureza é uma necessidade e uma exigência para a manutenção da vida na terra”, afirma o artista.

Jessica Lemos

Nascida em Cândido Sales, sertão da Bahia, é artista visual, pesquisadora e trabalha principalmente com fotografia, vídeo, performance e intervenção urbana. É doutoranda em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), possui mestrado em Artes da Cena pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e graduação em Comunicação pela UFBA. Realizou em 2023 a exposição individual “Como pisar suavemente na terra”, na Casa Fiat de Cultura (MG). Em 2016, lançou seu livro fotográfico “MOCAMBA”, uma narrativa sobre o feminino negro em comunidades quilombolas da Bahia. Seu trabalho busca falar principalmente sobre as relações políticas e sociais na vida de mulheres negras a partir da afro diáspora.

O trabalho fotográfico ‘Apagamento’ se deu com o encontro da artista e a reprodução da pintura Engenho de Mandioca (1892) de Modesto Brocos, em 2021. “Diante da representação da Casa de Farinha retratada no quadro, acessei lembranças de minha infância, quando minhas tias se reuniam para raspar mandioca no interior da Bahia e notei uma dicotomia de como essa narrativa poderia ser representada”, avalia Jessica. Diante disso, se iniciou um processo de intervenção sobre o arquivo, com a reprodução e queima das imagens. Essa ação é um embate a representação de pessoas negras cabisbaixas em seu ofício de trabalho. “Com a obra, desejo expor a queima gradual de uma visão racista e objetificante sobre pessoas negras”, conclui.

Katarine Maria

Natural de Jequié-BA, artista interdisciplinar, graduanda no Bacharelado de Antropologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve trabalhos com audiovisual, poesia visual e escrita poética. Integrou a Antologia Insubordinada, para o Ciclo de Literatura Negra Médio Rio de Contas (2021) e um Livro Paradidático “Saci” sobre Educação Patrimonial (2022), além da atuação como diretora de filmes documentais, participou do Programa Narrativas Visuais 2023, com o SESCBA. Gerencia projetos artísticos e expande as aprendizagens como artista e pesquisadora, realizando oficinas com abordagens sensíveis. A memória e oralidade são teias que norteiam suas criações.

A obra ‘Jussiape: afluentes de lembranças, encontros no Rio de Contas’ é uma poesia visual que reflete na combinação entre fotografia e poema, utilizando como inspiração as águas do rio que atravessam o município de Jequié e que conduzem a história da cidade, além das memórias afetivas das pessoas. “Jussiape” é um nome da língua tupi que significa “lugar para onça beber”, abordando uma memória indígena e um significado das águas enquanto essência da vida. “A partir da combinação de fotos registradas por mim e poemas autorais, criei a poesia visual com imagens e palavras que seguem um movimento das águas, revelando narrativas do Rio de Contas, que depois de poluído se tornou uma lembrança presente nos jequieenses de uma outra época”, explica a artista.

Micael Aquillah

Micael Luz Amaral ou Micael Aquillah nasceu em Vitória da Conquista, na Bahia, é fotógrafo, mestre em Cultura e Linguagens e graduado em Cinema pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Foi finalista do Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia (2018), premiado no Concurso Nacional de Fotografia Lei Maria da Penha (2017) e convidado a expor na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) em 2019. Participou de exposições, tanto individuais quanto coletivas, em projetos e espaços como a Galeria Pérsio Galembeck, em São Paulo (2018); “Inspire Change”, na Bélgica (2017); “Transversalidades”, em Portugal (2016 – 2023) e Centros de Cultura na Bahia (2013 a 2024). No cinema, dirigiu os curtas-metragens “Tukum” (2024), “Eu, eles” (2019) e “Colar de Pérolas” (2018).

O trabalho de fotografia intitulado ‘Tukum: dentro de mim mora o sonho da terra demarcada’ tem o objetivo de “problematizar, refletir, divulgar, valorizar e reconhecer a história e a singularidade da cultura indígena local (Itabuna e Ilhéus), especialmente a do povo Tupinambá de Olivença”, relata o artista. Nos últimos dois anos foram registrados 795 assassinatos, 407 conflitos de terra e 1.133 invasões à Terras Indígenas, aponta o Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Simultaneamente ao direito à terra homologada, educação de qualidade, infraestrutura, segurança e acesso à tecnologia – direitos outorgados pela Constituição – se reivindica ações voltadas à reeducação dos não-indígenas para potencializar o diálogo intercultural.

Padmateo

Bacharel Interdisciplinar em Artes pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e graduanda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Salvador, vive e trabalha entre Jequié e Salvador, ambas na Bahia. Sua pesquisa perpassa os estudos do invisível e fantasmagorias como método de emancipação do gênero e trânsitos Não-Binários. Recentemente ocupou o Museu de Arte Contemporânea da Bahia e a Casa1145 com a exposição individual Fantasmagorias Brxsil. Foi curadora do XI Salão da Escola de Belas Artes da UFBA. Escritora, é editora chefe da revista Do Hiato, Litígio e recentemente uma das vencedoras do concurso Ensaísmos Serrote do Instituto Moreira Salles (SP), com publicação na Revista Serrote.

Considerado o país que mais mata pessoas trans no mundo e na cidade mais violenta do Brasil, que é Jequié, na Bahia, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2023, na instalação ‘Independência Fantasma’, “resolvi recriar uma nação, um Brasil possível para os nossos corpos transvestigêneres. Corpos trans fantasmas que retiram o poderio da imagem para uma emancipação identitária, longe das simbologias binárias de gênero e principalmente da vigilância panóptica. Aqui ratifico uma nação que verdadeiramente abraça e protege corpos transvestigêneres”, salienta a artista.

Tiago Cerca

Soteropolitano, hoje reside em Iguaí-BA. Estudou na Escola de Belas Artes (EBA/UFBA) e se dedica às artes visuais e ilustração. Como artista visual, seu principal objeto de interesse é o ser humano e suas condições existenciais de trabalho. A base da sua obra é o questionamento: como é possível uma vida de sonhos mediante as adversas condições de trabalho? Procura na sua criação autoral o aspecto lúdico e esperançador dessas condições.

‘Enquanto eles relaxam…’ é uma obra de design gráfico (ilustração, humor gráfico e quadrinhos) que “visa valorizar os aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais, dando visibilidade e reconhecimento artístico para os trabalhadores. Das minhas idas e vindas da praia, enquanto buscava uma inspiração que fugisse da força atrativa do mar, pude observar os trabalhadores que resistem à todas as adversidades de ganhar seu sustento em meio ao calor escaldante do sol, o que me fez refletir sobre a resiliência e dignidade humana de manter os pés firmes na areia com a sensação incomoda do calor. Aqueles trabalhadores do mar se mantêm firmes para enfrentar a vida”, destaca.

Sobre os Salões de Artes Visuais da Bahia
Criados em 1992, os Salões de Artes Visuais da Bahia consolidaram-se como um dos principais instrumentos de incentivo à criação e difusão de produção artística e à dinamização dos espaços expositivos do estado da Bahia. Assim, a 66ª edição dos Salões de Artes Visuais da Bahia, que será realizada em 2024, visa apresentar ao público uma mostra contemporânea em Artes Visuais, retomando suas exposições distribuídas nos seis macroterritórios da Bahia, oportunizando o acesso a essa produção para um público diversificado, oriundo de diversas cidades do estado. Além de divulgar o trabalho dos artistas, pretende-se estimular a reflexão sobre temas das artes contemporâneas por encontros formativos e bate-papo com os artistas.

Serviço:
Salões de Artes Visuais da Bahia – 69ª edição
Vitória da Conquista
Abertura: 03 de dezembro,19h
Visitação: 03 de dezembro de 2024 a 02 de janeiro de 2025
Terça à domingo, 9h às 22h
Bate-papo com artistas: 04 de dezembro, 15h
Local: Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima
Endereço: Av. Rosa Cruz, 45 – Candeias, Vitória da Conquista-BA
Foto: Lucas Malkut / Ascom Funceb

+ info: https://www.ba.gov.br/fundacaocultural/

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