
FOTO : ALBERTO COUTINHO / GOVBA
O radialista e blogueiro Rubinho Cordeiro tem sido procurado por inúmeras pessoas das regiões sul e sudoeste da Bahia para relatar as dificuldades enfrentadas com a regulação na área da saúde pública. Pais, mães e filhos aguardam, muitas vezes em desespero, pela regulação que pode garantir atendimentos e tratamentos essenciais. Este cenário evidencia um problema crônico e alarmante que afeta principalmente quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
A regulação de saúde é um processo fundamental que organiza e prioriza o acesso às unidades de atendimento conforme a gravidade dos casos. Contudo, em muitas situações, essa espera se torna um verdadeiro martírio para os pacientes e suas famílias. A demora no atendimento é uma realidade que não condiz com o direito constitucional de acesso à saúde garantido a todo cidadão brasileiro.
Cobrança não é politicagem
A população tem todo o direito de exigir melhorias no sistema de saúde, afinal, é para isso que se paga impostos. Infelizmente, a prática de cobrar soluções muitas vezes é rotulada como “politicagem” por parte de gestores e governantes, desviando o foco do problema real: a precariedade no atendimento. No entanto, é imprescindível lembrar que cobrar é exercer cidadania e exigir que os representantes eleitos cumpram com suas obrigações.
Por outro lado, é igualmente importante que membros da oposição atuem de maneira consciente e propositiva. Críticas devem ser construtivas, com o intuito de trazer soluções para a população, e não apenas servir como instrumento de disputa política.
Realidade desigual
A desigualdade no acesso ao sistema de saúde fica ainda mais evidente quando observamos que muitos políticos e gestores públicos possuem planos de saúde privados. Eles não enfrentam as mesmas filas, não vivenciam a mesma agonia de quem depende exclusivamente do SUS e, por isso, estão alheios à realidade enfrentada pela maioria da população.
Enquanto isso, o povo sofre. Não só pela falta de recursos, mas também pela falta de empatia e comprometimento de alguns gestores públicos. Histórias de pais desesperados, mães que veem seus filhos aguardarem atendimento em estado grave e idosos que não conseguem regulação a tempo de salvar suas vidas são frequentes.
Uma solução urgente
Para que essa situação mude, é necessário um investimento maior na infraestrutura do SUS e na capacitação de seus profissionais, além de uma gestão eficiente que priorize as necessidades reais da população. Também é crucial aumentar a transparência no processo de regulação, garantindo que todos tenham acesso igualitário ao sistema.
A Bahia é um estado de grande dimensão territorial e populacional, e é inadmissível que tantas vidas sejam colocadas em risco devido à ineficiência no atendimento público de saúde. A população precisa se unir para cobrar soluções reais e efetivas, sem temer represálias ou acusações infundadas. Somente com pressão popular e o engajamento consciente de todos os setores da sociedade é que poderemos transformar essa realidade e garantir dignidade a quem mais precisa.




